domingo, 27 de junho de 2010

Por que projetos sociais?* Os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade. Os projetos são pontes



entre o desejo e a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou


organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada


problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para “um outro mundo


possível”. Uma boa definição é formulada por Domingos.

“Um projeto é uma ação social planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma quantidade limitada de recursos (...) e de tempo” (Armani, 2000:18).



Os projetos sociais tornam-se, assim, espaços permanentes de negociação entre


nossas utopias pessoais e coletivas – o desejo de mudar as coisas –, e as possibilidades


concretas que temos para realizar estas mudanças – a realidade.


A elaboração de um projeto implica em diagnosticar uma realidade social, identificar


contextos sócio-históricos, compreender relações institucionais, grupais e comunitárias


e, finalmente, planejar uma intervenção, considerando os limites e as oportunidades


para a transformação social.

Os projetos sociais não são realizações isoladas, ou seja, não mudam o mundo



sozinhos. Estão sempre interagindo, através de diferentes modalidades de relação,


com políticas e programas voltados para o desenvolvimento social. Um projeto não é


uma ilha.






Neste sentido, os projetos sociais podem tanto ser indutores de novas políticas


públicas, pelo seu caráter demonstrativo de boas práticas sociais, quanto atuarem na


gestão e execução de políticas já existentes.






Políticas públicas são aquelas ações continuadas no tempo, financiadas principalmente


com recursos públicos, voltadas para o atendimento das necessidades coletivas.


Resultam de diferentes formas de articulação entre Estado e sociedade. A tomada de


decisão quanto à direção das ações de desenvolvimento, sua estruturação em


programas e procedimentos específicos, bem como a dotação de recursos, é


sancionada por intermédio de atores governamentais. Num modelo de gestão


participativa, é desejável que estas políticas resultem de uma boa articulação da


sociedade civil com o Estado, permitindo que a sociedade civil compartilhe não apenas


a execução, mas, sobretudo, os espaços de tomada de decisão, atuando no


planejamento, monitoramento e avaliação destas políticas.




O desafio das políticas públicas é assegurar uma relação de participação e boa



articulação entre os setores sociais envolvidos nas instâncias de gestão compartilhada.


Este é o caso dos conselhos gestores que vêm se estabelecendo em várias áreas das


políticas sociais tendo como finalidade um modelo de gestão participativa.






Um projeto social é uma unidade menor do que uma política e a estratégia de


desenvolvimento social que esta implementa. Os projetos contribuem para


transformação de uma problemática social, a partir de uma ação geralmente mais


localizada no tempo e focalizada em seus resultados. A política pública envolve um


conjunto de ações diversificadas e continuadas no tempo, voltadas para manter e


regular a oferta de um determinado bem ou serviço, envolvendo entre estas ações


projetos sociais específicos.

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