Por que projetos sociais?* Os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade. Os projetos são pontes
entre o desejo e a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou
organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada
problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para “um outro mundo
possível”. Uma boa definição é formulada por Domingos.
“Um projeto é uma ação social planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma quantidade limitada de recursos (...) e de tempo” (Armani, 2000:18).
Os projetos sociais tornam-se, assim, espaços permanentes de negociação entre
nossas utopias pessoais e coletivas – o desejo de mudar as coisas –, e as possibilidades
concretas que temos para realizar estas mudanças – a realidade.
A elaboração de um projeto implica em diagnosticar uma realidade social, identificar
contextos sócio-históricos, compreender relações institucionais, grupais e comunitárias
e, finalmente, planejar uma intervenção, considerando os limites e as oportunidades
para a transformação social.
Os projetos sociais não são realizações isoladas, ou seja, não mudam o mundo
sozinhos. Estão sempre interagindo, através de diferentes modalidades de relação,
com políticas e programas voltados para o desenvolvimento social. Um projeto não é
uma ilha.
Neste sentido, os projetos sociais podem tanto ser indutores de novas políticas
públicas, pelo seu caráter demonstrativo de boas práticas sociais, quanto atuarem na
gestão e execução de políticas já existentes.
Políticas públicas são aquelas ações continuadas no tempo, financiadas principalmente
com recursos públicos, voltadas para o atendimento das necessidades coletivas.
Resultam de diferentes formas de articulação entre Estado e sociedade. A tomada de
decisão quanto à direção das ações de desenvolvimento, sua estruturação em
programas e procedimentos específicos, bem como a dotação de recursos, é
sancionada por intermédio de atores governamentais. Num modelo de gestão
participativa, é desejável que estas políticas resultem de uma boa articulação da
sociedade civil com o Estado, permitindo que a sociedade civil compartilhe não apenas
a execução, mas, sobretudo, os espaços de tomada de decisão, atuando no
planejamento, monitoramento e avaliação destas políticas.
O desafio das políticas públicas é assegurar uma relação de participação e boa
articulação entre os setores sociais envolvidos nas instâncias de gestão compartilhada.
Este é o caso dos conselhos gestores que vêm se estabelecendo em várias áreas das
políticas sociais tendo como finalidade um modelo de gestão participativa.
Um projeto social é uma unidade menor do que uma política e a estratégia de
desenvolvimento social que esta implementa. Os projetos contribuem para
transformação de uma problemática social, a partir de uma ação geralmente mais
localizada no tempo e focalizada em seus resultados. A política pública envolve um
conjunto de ações diversificadas e continuadas no tempo, voltadas para manter e
regular a oferta de um determinado bem ou serviço, envolvendo entre estas ações
projetos sociais específicos.
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